A evolução das sociedades no mundo tem deixado um aprendizado simplesmente fantástico.   No passado, a dura pena os EUA descobrirão que mesmo sendo um pais com mais de 50% da riqueza mundial e com menos de 6,4% de sua população, não poderiam deixar de participar de todas as reuniões dos paises desenvolvidos e emergentes.

 

Vale lembrar que o sonho americano sofreu seu primeiro abalo com a quebra da bolsa em 1.929, cuja causa foi justamente o auto desenvolvimento dos EUA após a primeira guerra.  Depois disso os EUA,  priorizaram as exportações em detrimento das importações e na sua cola a maioria dos paises fez o mesmo.  Ora se todos fazem a mesma coisa é obvio que chega uma hora que todos estarão exportando e ninguém importando, se ninguém importa é porque não há do outro lado alguém exportando, portanto criou-se um impasse.

 

Naturalmente para exportar cada pais promovia desvalorizações competitivas para proteger suas economias: o café caiu quase 70%, o que significou um desastre para o Brasil; e a carne e o trigo, principais produtos exportados pela Argentina, caíram mais de 40%.  ­ Os Estados Unidos saíram da Segunda Guerra como credores do mundo, o que iniciou um ciclo de financiamento de economias da América Latina, entre outras. Os vencedores trataram de criar uma nova ordem mundial, agora planejada a partir das experiências negativas. O acordo de Breton Woods resulta da crítica das duas décadas anteriores. Sendo assim, tanto a Inglaterra, quanto os EUA, saem de Breton Woods com o forte propósito de serem os controladores, administradores e reguladores da economia mundial e o principal lema estaria baseado no mecanismo de que as economias precisam crescer para exportarem mais.  Aliás, o FMI e o Banco Mundial passam a existir a partir deste acordo.

 

Por mais que se possa falar, o Brasil teve um crescimento fabuloso de 1918 até os tempos atuais, veja que A economia brasileira, que foi durante séculos voltada para exportação de uma pequena quantidade de produtos primários, hoje está com uma indústria ampla e diversificada.

 

Apesar deste fato positivo, nossa indústria utiliza mão de obra barata, temos relativamente pouca tecnologia na exportação de “royalties” que é o pulo do gato numa economia globalizada.  

 

O Governo FHC, não ficou parado, começou a trabalhar na importação de cérebros vez que a área de pesquisa teve um significativo estimulo por parte deste governo, afinal produzir bananas é importante, mas, produzir doce de bananas gera 10 vezes mais emprego (industria do açúcar, do gás, do fogão, da panela, da tecnologia culinária etc...) [1].

 

Não se deve esquecer também que um governo se faz com credibilidade e com a eleição do novo presidente, seja ele quem for, mas com certeza será eleito com ampla procuração de toda a população, terá condições de elaborar as novas diretrizes que se fazem necessárias para que o pais entre num ritmo crescente de desenvolvimento e progresso e isso acontece justamente depois que o país passou por um amplo sistema de reformas e a economia encontra-se estabilizada.  O Dólar é apenas um detalhe, pois definido o presidente, não se tem mais espaço para a especulação e o mesmo volta a cair e se estabilizar num patamar que o mercado aceite.

 

É certo que o novo governo terá muitas dificuldades pela frente, inclusive a elaboração de um novo contrato social, novas adaptações às dificuldades que vem automaticamente de fora.  Será preciso criar mecanismos de defesa para aqueles que definitivamente perdem um emprego do tipo que nunca mais será criado, a requalificação profissional será uma realidade cada vez mais presente e muito provavelmente deverá ser tema para discussão até talvez de uma nova função dos sindicatos, cooperativas e ongs.

 

Outro fator importante é a desconcentração da renda, hoje nossa renda per capita é de aproximadamente US$ 3.000,00, porém devido à concentração de renda isto fica longe do que ocorre na vida real de uma população excluída.

 

Nestas condições o Brasil terá muito pouca coisa a mudar em termos de estratégia –

 

1 – Aumentar o nível de esclarecimento e escolaridade da população

 

2 – Fomentar o crescimento econômico e as exportações

 

3 – Fazer investimentos maciços em novas tecnologias – leia-se pesquisas, a EMBRAER é nosso melhor exemplo –

 

4 – Promover um novo contrato social

 

5 – Devolver parte da população rural aos campos promovendo uma ampla reforma

 

Outras medidas isto compete a cada governo, ou seja, política de habitação, saúde, segurança etc... Pois se fazendo algumas reformas estruturais o resto é pura conseqüência.  Na verdade quando se combinarem alguns fatores como: credibilidade, reforma agrária, aumento do nível de escolaridade, crescimento das exportações, implemento de novas tecnologias e pesquisas, equalização do contrato social ...  Teremos no dia seguinte uma nova legião de consumidores, consumidor compra e obriga a fábrica a produzir mais, vai ter que haver contratação de mão de obra, até o momento em que não se tenha mais trabalhador parado, não tendo trabalhador parado ele não fica pensando na vida, não vai beber para esquecer, não vai gerar encrenca ... É uma bola de neve para frente.

 

 

Em resumo, considerando que nossa moeda começa a ganhar destaque no exterior, que a moeda americana não é mais a mesma, que outras moedas emergentes como o EURO  já vislumbram uma nova ordem mundial e que o BRASIL é o único pais que tem condições hoje de manter um crescimento qualitativo sem comprometimento dos recursos naturais, queira ou não em 10 ou 20 anos seremos a primeira potencia mundial.

 

Proximamente, estarei teorizando como isto vai acontecer...

 

Att..

 

Prof. José Adonis

 

 

 

 

 



[1] Palavras do discurso proferido pelo Professor Weber Figueiredo paraninfo da turma de formandos em Engenharia da UERJ – em 13.08.02.